desenhos funâmbulos e barro modelado: um abismo cheio de estórias
Os materiais são essenciais: barro e grafite sobre papel. Assim como eles, os desenhos não fazem nenhum alarde, parecem estar ai para mostrar um ritmo, uma música antes que uma figura, uma cadencia que traça, ritmada e constante, com ventura sempre, o amplo risco, as sinuosas elipses que andam no meio fio, na corda bamba: funâmbulas
O resultado da modelagem em argila parece estar ai, tambem, com o propósito de instigar antes que representar. As esculturas irradiam um ar de mistério e contaminam o estreito ambiente da galeria com estórias que, contadas em silêncio, reverberam acima do barulho da cidade que passa ao lado.
Fomos transportados aos anos setenta e vemos um desenho do futuro, lembramos da famosa Semana e do radical africano, dos muitos sabores da América, estamos perdidos nesta minúscula imensidão que abre, como um abismo aos nossos pés, a arte de Lays. Bem vindos a este mínimo paraíso.