sexta-feira, 29 de agosto de 2014

"Retratos imaginários" encerra essa semana!





As técnicas são variadas (mas não muito); os rostos
são familiares (mas nem tanto); a casa se mistura
(bastante) com o atelier ou com o que resulta dele;
os nomes das figuras “retratadas” evocam terras
longínquas, culturas diversas. Estamos diante de
uma galeria de personagens que parece ter surgido
de experiências nômades, além mar, em paragens
exóticas. A maneira de pintar é displicente,
gestual, como se o artista tivesse internalizado um
repertório de elementos que compõem os rostos,
elementos com uma carga expressiva que, em
certos casos, é dada por uma imagem fotográfica,
retalhos de outros rostos com que são
compostos estes novos seres mais que humanos,
identi-kits que nascem de uma inquietação
 pictórica antes que de uma representação fiel a
um modelo ou realidade qualquer. Afinal, o que é
um rosto se não uma combinação misteriosamente
aleatória daqueles conhecidos elementos que
circundam os sete buracos que todos temos na
cabeça? (aqueles que caetano veloso cantou um
dia em que a presença daquela mulher inundava o
ambiente e tomava conta de tudo).


Paladino, julho _2014